BRASA atua no Brasil em parceria com várias instituições, governamentais e não governamentais, dando suporte técnico e financeiro em duas áreas: hanseníase e reabilitação, esta última incluindo reabilitação física e social e neste grupo atuamos também com crianças e outros grupos (mulheres, indígenas, etc.) em situação de vulnerabilidade social.

O ano de 2015 trouxe em seu bojo algumas mudanças dentro da BRASA, como a contratação de um Coordenador Geral, além de modificações na estrutura organizacional e operativa, buscando maximizar o potencial da instituição.

Junto às instituições parceiras, as atividades foram mantidas conforme documentos de projetos apresentados e aprovados pela BRASA. As visitas realizadas pela equipe BRASA aos projetos apoiados constatam um envolvimento cada vez maior das equipes executoras, totalmente comprometidas no desempenho das atividades propostas e na contribuição para a melhoria social dos grupos alvos dos projetos e, de consequência, da comunidade como um todo.
Objetivando o máximo de transparência, mas também a divulgação dos trabalhos executados pelos nossos colaboradores locais, a BRASA transcreve uma síntese dos relatórios enviados pelas instituições parceiras, começando neste artigo com o Projeto ACRE.

 

Projeto ACRE – em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Acre (SESACRE)

As ações desenvolvidas por esta Área Técnica de Hanseníase estão resultando em uma redução no número de casos de Hanseníase, diminuindo o risco de adoecimento, assim como a garantia dos serviços de prevenção e reabilitação dos atingidos pela patologia. O Acre hoje apresenta uma redução de 98,5% da prevalência (sendo a prevalência o número total de pessoas com hanseníase na área considerada e em um período definido) em comparação com a década de 80.

O Estado do Acre apresentava na década de 80 uma prevalência de 110/10.000 habitantes, índice que classificava o Acre como hiperêndemico. A partir da adoção e disponibilização da PQT (poliquimioterapia), do apoio da AIFO (matriz da BRASA) e do trabalho da equipe da Dermatologia, atingimos em 2013 uma prevalência de 1,7/10.000 habitantes, classificando o estado como médio risco de endemia, apresentando assim uma redução no Coeficiente de Prevalência de 98,5%. Observa-se também que o Coeficiente de detecção geral em 2001 correspondia a 74,0/100.000 habitantes, sendo que em 2013 alcançou 18/100.000 habitantes, reduzindo-se então de 75,7%. Diante do exposto, este serviço objetiva a continuidade das ações para o alcance do controle da doença em nosso estado.

Observa-se atualmente no Estado uma maior prevalência de baciloscopia negativa, o que evidencia sinais de controle da endemia. A taxa de cura do Acre é a maior do Brasil, garantindo o diagnóstico, tratamento e a alta por cura.

Atualmente o desafio é a implementação das ações de controle da doença, e para esse fim, estamos desenvolvendo pesquisas científicas, para que a partir da mesma se possa visualizar quais ações deverão ser intensificadas e implementadas para a garantia do controle da doença no estado.

Um outro grande desafio, é o enfrentamento da situação devido a aposentadoria de vários servidores que fizeram história na equipe, sem a lotação de outros profissionais para capacitá-los em substituição aos que estão aposentando, reduzindo ainda mais a equipe e causando um temor sobre o futuro do combate à Hanseníase no Estado do Acre

Só temos que agradecer por toda a ajuda de sempre. E que em 2016 possamos através do projeto melhorar a assistência de fisioterapia e oficina de Cruzeiro do Sul.