A pesquisa contínua do IBGE, o PNAD-COVID19 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios faz atualizações semanais nos eixos de impactos no trabalho e na saúde da população durante a pandemia.

A última estimativa, divulgada na segunda semana de setembro, indica que 13,5 milhões de brasileiros estão desempregados e a variação nacional da taxa de desemprego está em constante crescimento. A partir de cerca 10% em maio, alcançando 13,7% na semana entre 13 e 19 de setembro. O valor da estimativa foi acima de 14% entre agosto e início de setembro, mas continua mediamente em alta.

O trabalho e o isolamento social

Olhando ao nível de instrução das pessoas que trabalham remotamente (smart working/home office), somente 0,5% das pessoas com ensino fundamental incompleto está exercendo a modalidade laboral.

Porcentagens muito baixas também entre pessoas com ensino médio incompleto (1,1%) e com médio completo/superior incompleto (5,5%). Ou seja, a porcentagem de pessoas que trabalham remotamente se torna significativa somente entre as pessoas com ensino superior completo (31,0%). 

Outro dado que revela a infeliz situação do trabalhador é a de que 27,0% das pessoas ocupadas declarou de estar recebendo menos do que o normalmente recebido antes do início da pandemia. Há também 3,4% de pessoas que estão recebendo mais de quanto recebiam antes da pandemia e, finalmente, 69,6% das pessoas declarou de não ter tido alteração no seu rendimento.

O Pnad covid de agosto revelou que 33,9% da população ocupada estava em trabalho informal, representando um aumento em relação a junho (33,7%) – antes da pandemia, em janeiro, essa taxa era de 40,7%. O que pode ser relacionado a fragilidade do trabalho informal que se demonstra ainda mais frágil em um contexto de pandemia, onde o setor de serviço privilegia apenas o contratante.

Não devemos aceitar essa realidade como um fato que não pode ser mudado, é preciso pensar em atitudes e práticas que caminhem para a reestruturação de uma economia que valorize a educação e o trabalho digno, associados a saúde, são condições essenciais para a vida humana.

43% dos domicílios receberam o auxílio emergencial em junho

Os que recebem o auxílio emergencial também fazem parte de um significativo banco de dados e distribuídos em estados, é possível observar que recebem um (ou mais) auxílios emergenciais – 71,4% dos domicílios do Amapá, 65,5% no Maranhão, 64,5% no Pará, 63,5% no Alagoas, 61,9% no Amazonas, 61,8% no Piauí e 60,5% no Acre. Os valores menores se encontram em São Paulo (34,8%), no Distrito Federal (33,6%), no Rio Grande do Sul (29,2%) e em Santa Catarina (24,8%).