Já falamos um pouco sobre a história do dia 21 de setembro, o Dia Nacional da Luta das pessoas com deficiência.
O dia 21 de setembro foi escolhido como o Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência por ser uma data próxima ao início da Primavera, estação em que as flores preenchem as árvores. Esse acontecimento representa a luta e a renovação das pessoas com deficiência.
A data também coincide com o Dia da Árvore, que também pode representar a luta das pessoas com deficiência. Apesar de ter se tornado lei apenas em 2005, a celebração da data foi pensada pelo ativista por Cândido Pinto de Melo, no início da década de 80. Ele foi um dos fundadores do MDPD (Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes), um grupo que se organizava para discutir intervenções e transformações na sociedade.
É possível observar as conquistas feitas nesse longo caminho percorrido com insistente luta do movimento das pessoas com deficiência. Por isso, essa data é tão importante na sua celebração e reflexão, para que os próximos passos sejam dados na garantia da inclusão plena de todas as pessoas com deficiência.
As pessoas com deficiência representam 23,9% da população geral brasileira, segundo o Instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE) que considerou as limitações leves* juntas as limitações moderadas e graves nesse reajuste no Panorama nacional e internacional da produção de indicadores sociais (pág 152).
O novo recorte apresentado no documento faz um aprofundamento das limitações na funcionalidade e a proporção de pessoas com deficiência na população passa a ter em seu numerador, apenas as pessoas que responderam ter “muita dificuldade” ou “não consegue de modo algum”, junto das que responderam “sim” à questão sobre deficiência mental, o número totaliza em 6,7%.
E nós, enquanto articuladores da sociedade civil, precisamos sempre olhar em volta: no campo de debate, todas as deficiências estão representadas? E mais importante, as pessoas com deficiência em vulnerabilidade social estão sendo consideradas?
O contexto da vida da pessoa com deficiência importa muito, pois é a interação com o ambiente que vai impedir ou possibilitar que ela tenha acessibilidade para desempenhar funções do dia-a-dia. Quando falamos de bairros com maiores índices de pobreza, é ainda mais difícil ver estruturas adaptadas para as necessidades das diferentes limitações, não é uma preocupação. Até porque existem diversos outros problemas considerados mais sérios, como coleta de lixo e saneamento básico.
Este texto da câmara paulista para inclusão da pessoa com deficiência, destaca a trajetória das mudanças legislativas conquistadas pelo movimento das pessoas com deficiência. Uma breve síntese que ajuda a compreender o que foi alcançado e que atualmente em tempos de desgoverno, precisamos lutar para manter.
Ainda temos muito a fazer para que a acessibilidade se reverbere na inclusão integral das pessoas com deficiência de baixa renda, que infelizmente ainda vivem de forma precarizada. Esse entendimento é essencial para criar e propor novas políticas públicas que de fato, lidem com os problemas de desigualdade social no país e que repararem os danos históricos feitos a esses indivíduos.
*As limitações leves são aquelas reconhecidas como limitações funcionalmente passageiras e temporárias.