Nossa parceira em formação e trocas de experiências em Saúde, a Rede Unida, é parte da união de movimentos sociais e científicos, a Frente pela Vida. Sua atuação é totalmente alinhada a BRASA em luta por um SUS cada vez mais fortalecido democraticamente e presente em todos os territórios.
Em uma recente entrevista ao portal Outra saúde, o Coordenador do Fórum Internacional da Rede Unida, Doutor em Saúde Coletiva e professor da Universidade Federal Fluminense, Túlio Franco relembra a ação comunitária e autogestionária da Frente Pela Vida. Um movimento de acadêmicos, profissionais de saúde, lideranças sociais e organizações da sociedade civil por uma reforma sanitária, extremamente necessário em um período de falta de organização governamental em resposta da pandemia.
Túlio Franco menciona o Encontro virtual de fundação da Frente pela vida, que resultou na carta com as diretrizes de recomendações necessárias para fortalecer a saúde e toda sua estrutura no atendimento, respeitando as complexidades e as diferentes formas de vida. Foram mais de 6 mil representantes de Organizações como a Sociedade Brasileira de Bioética, a ABRASCO (Associação Brasileira de Saúde coletiva) e CEBES (Centro Brasileiro de Estudos em Saúde) a colaborar e assinar a carta.
Cursos de Hanseníase da DAHW Brasil agora estão disponíveis no site da BRASA
Hoje, a Frente pela Vida produz materiais para difundir conhecimentos diversos sobre a luta pela saúde digna do Sistema único de saúde (SUS), especialmente nos eixos da Democracia, sustentabilidade do sistema, desenvolvimento, inclusão social e políticas públicas para grupos vulnerabilizados. Essa riqueza de temas no direcionamento ao cuidado e bem-estar da população pode ser exemplificado no último relatório da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde.
Um documento sintetizador dos pré-conferências até a próxima que será a 17ª Conferência Nacional de saúde nos dias 2 a 5 de julho em Brasília.
“O Método de gestão da frente pela vida é o enorme respeito pelas diferenças. Os povos originários ensinaram que a espécie humana não é a única, e há grande desequilíbrio entre as espécies. A Covid-19 tem origem na forma predatória que os seres humanos têm com a natureza, provocando o desequilíbrio ambiental”. Franco analisa mostrando as novas prioridades do movimento social pela saúde.
“Se essa questão da emergência climática não for enfrentada, outras pandemias virão em menor espaço de tempo, por isso temos muito que aprender com as etnias indígenas, pois a morte da natureza é a morte dos humanos. Isso é também uma questão de saúde.” Conclui.
Agora com Lula presidente, a Frente pela vida segue como uma força aglutinadora desses movimentos para organizar as reivindicações em parceria com a comunidade cientifica. Além do relatório, a Frente pela Vida elaborou uma lista de compromissos com a saúde, assinado pelo novo Governo, que com a ação se une ao trabalho de inovar, “considerando todos os saberes de maneira a aproveitar, resgatar e colocar em práticas as experiências exitosas do SUS, que é muito criativo, rico e inventivo”. Ponderou Túlio na entrevista,
Na semana passada, no dia 19 de abril, o mesmo Túlio Franco tomou posse no Conselho de Participação Social da Presidência da República, instância criada para assessorar o Presidente no diálogo com as organizações da sociedade civil, com o governo federal e garantir a participação popular na constituição e monitoramento de políticas públicas.
A sociedade civil foi fundamental nesses últimos anos de pandemia, sua resposta emergencial e resistente fortaleceu as populações vulneráveis a se organizar para sobreviver a necropolítica e só com a sociedade civil e a participação social é possível construir uma democracia eficiente em respeito a diversidade brasileira.
Além da criação do Conselho de Participação Social, devemos destacar a volta do Programa mais médicos, que pretende direcionar 28 mil profissionais para áreas de difícil acesso e/ou de alta vulnerabilidade social. E a Política Nacional de Saúde Integral da Integram da População Negra (PNSIPN) criada ainda em 2009, e admite o racismo estrutural como um risco que prejudica a atenção básica em saúde.