Edição especial do Boletim Epidemiológico de Novos casos de hanseníase, publicado pelo Ministério da saúde para o mês de conscientização da doença relata alarmante diminuição no número de diagnósticos.
O documento considera os novos casos de 2015 a 2019 com preliminares dos dados de 2020, por região, estados, capitais, escolaridade dos pacientes, faixa etária, etnia, sexo, grau de incapacidade física (GIF) e ainda, o modo de detecção da doença.
A considerável e súbita diminuição no número de novos casos, principalmente em menores de 15 anos, mostra que ainda há transmissão ativa e preocupa os principais relatores da doença no Brasil, visto que o diagnóstico é a principal ferramenta de tratamento e consequentemente de combate à hanseníase.
O boletim admite a dificuldade da pasta em direcionar atenção para a hanseníase por conta da covid-19. Além disso, o número de estados que relatam a falta de remédios principais e substitutivos para tratamento da hanseníase chega a 18.
O uso do medicamento faz com que o paciente não transmita a doença e interromper esse tratamento pode ser prejudicial à eficiência do remédio posteriormente, causando retrocessos profundos no que tange o controle da doença e na prevenção do aumento do grau da incapacidade física e psicológica quando agravado os sintomas.
O neglicenciamento da hanseníase e de outras doenças por conta da pandemia, podem levar a futuras sobrecargas no Sistema de saúde, além do que já enfrenta com a COVID-19.
O Morhan – Movimento de reintegração das pessoas atingidas pela hanseníase abriu um canal de denúncia para pacientes e profissionais da saúde relatarem a falta de medicamentos nos serviços de saúde.