Ainda que mais populosos, os 30 bairros nas bordas da capital paulistana são os que menos vacinam, tais índices expõem problemas sociais históricos de acesso à cidade.
A partir dos dados publicados pela Secretaria de saúde e pelo DATASUS, foi possível avaliar a distribuição de Unidades básicas de saúde (UBS) e o número total de vacinas contra a covid-19 aplicadas nos distritos administrativos de São Paulo.
O resultado revela desigualdades territoriais com os alto número de vacinação em locais próximas ao metrô e bairros paulistanos em que os empregos se condensam: a região da Av. Paulista, área com a principal infraestrutura em saúde; Pinheiros, Itaim Bibi, Moema; Tatuapé, Anália Franco e Santana.
Imagem de Sandro Valeriano
Embora o Sistema Único de saúde (SUS) contribua para a construção da cidadania como um direito constitucional e a universalidade da saúde garanta a distribuição de vacinas por todas as UBS, o Mapa publicado pelo portal Outras Palavras escancara que, na verdade, “essa distribuição da saúde” não é feita onde as pessoas vivem, mas onde trabalham, uma estratégia para contornar o problema de mobilidade, pois, as pessoas da periferia gastam a maior parte do dia indo e voltando do trabalho e não tem tempo de se vacinar perto de casa.
O mapa acima faz refletir quanto a falta de coordenação federal na distribuição de vacinas apesar do SUS.
Além dos direitos negados quanto a mobilidade, ao acesso a serviços públicos, ao trabalho e a moradia das pessoas socialmente vulneráveis em um modelo de urbanização precário que privilegia a produção da riqueza que se dá em detrimento do aumento da pobreza para conservar a estrutura altamente desigual da cidade mais rica do país.
Trechos extraídos de Outras Palavras.