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Teve muita informação e brincadeira na 5ª edição do encontro do projeto Vozes Femininas, onde discutimos, com muito bom humor, a sexualidade e os direitos reprodutivos da mulher com deficiência.

O encontro, que ocorreu no dia 19/10, contou com a participação de especialistas em saúde feminina e sexualidade, além de uma programação especial para celebrar o Outubro Rosa.

Porque a mulher com deficiência, assim como qualquer outra pessoa, deve cuidar da sua saúde, aprender a explorar seu corpo e  viver sua sexualidade de todas as formas possíveis!

Só que, para isso, ela precisa de informação! Informação para que possa exercer seu papel de cidadã e exigir o atendimento na rede de saúde pública, por exemplo, já que todos nós precisamos ter acesso à saúde básica.

Mas o que é um direito garantido pela constituição e responsabilidade dos governos federal e estadual, muitas vezes é fonte de grande sofrimento e humilhação para essas mulheres.

A maioria das participantes, que é da cidade de São Paulo, reclamaram da falta de acessibilidade nos postos de saúde e até mesmo casos de negligência por parte dos médicos, que chegam a negar atendimento a pacientes que não têm condições de subir em uma maca, por exemplo. E esta é apenas uma das barreiras que precisamos quebrar!

Sexualidade: liberdade para a mulher com ou sem deficiência

A Dra Fátima Duarte, do programa Sábado Sem Barreiras, diz que é normal o homem pensar em sexo mais vezes por dia devido a sua dinâmica hormonal, e que a mulher precisa ser mais estimulada, porque o desejo dela é reativo.

“Historicamente, a  mulher é desestimulada ao prazer do toque, a sentir o próprio corpo, por isso, muitas não conseguem viver plenamente a sua sexualidade. Enquanto o homem é muito visual, a mulher é mais estimulada pelo toque. Mas nós podemos quebrar essa barreira, falando abertamente sobre o assunto”.

Outro tema polêmico é a questão da vida sexual ativa e a gravidez da mulher com deficiência, uma vez que muitos pais tentam evitar a todo custo que seus filhos tenham um relacionamento amoroso e contato sexual, sobretudo para as pessoas com deficiência intelectual.

Segundo as especialistas, proibir que uma pessoa com deficiência exerça sua sexualidade não é o caminho correto, muito menos recorrer a procedimentos mais radicais, como laqueadura ou vasectomia. Ao invés disso, é preciso pensar em métodos contraceptivos adequados em conjunto com um ginecologista.

Dra Fátima Duarte

Câncer de mama: um perigo que ronda todas as mulheres

O câncer de mama é uma doença silenciosa e, para preveni-la, é preciso estar sempre em dia com os exames ginecológicos, especialmente a mamografia, que deve ser feita anualmente após os 40 anos de idade.

Fazer o autoexame todos os meses também é importante para que a própria mulher possa detectar possíveis anormalidades na mama, como explica a Dra Egle de Lourdes Okasaki, Obstetriz formada pela Escola de Obstetrícia da Faculdade de Medicina de São Paulo.

Em sua palestra no Projeto Vozes Femininas, a especialista demonstrou como fazer o autoexame da maneira certa, destacando os fatores que aumentam a chance de ter a doença e os fatores protetores:

Fatores de risco

  • Menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos)
  • Menopausa tardia (depois dos 50 anos)
  • Ter o primeiro filho depois dos 30 anos
  • Nunca ter tido filhos
  • Fazer terapia hormonal há mais de 5 anos
  • Sedentarismo
  • Histórico familiar (parentes de primeiro grau)
  • Exposição à radiação ionizante
  • Consumo excessivo de álcool
  • Obesidade

Fatores protetores

  • Dieta equilibrada
  • Prática regular de exercícios físicos
  • Amamentação

Dra Egle de Lourdes Okasaki

 

Graças aos “brinquedos sexuais”, as mulheres podem ter prazer sozinhas. E para provar que isso é possível, trouxemos a Gaia, idealizadora do projeto @meuclitorisminhasregras e também a terapeuta sexual Thaís Plaza, dona de um sexshop acessível, o Doce Sensualidade.

Ambas falaram sobre a importância de conhecer o próprio corpo para ter uma vida sexual plena e aumentar o bem-estar das mulheres, que hoje em dia podem desfrutar do prazer sem necessariamente ter um parceiro ou parceira.

Thais também apresentou alguns produtos que são usados para dar mais autonomia à mulher na hora de ter prazer, animando as participantes do encontro!

Thaís Plaza, terapeuta sexual

 

 

Gaia, do @meuclitorisminhasregras