Um dado triste e chocante mostra como a crise, a falta de políticas públicas e o descaso do governo estão afetando a vida das crianças brasileiras. A taxa de mortalidade infantil no Brasil é mais alta que a da Síria, que está em guerra há sete anos. Os dados constam no Index Mundi, um portal que reúne estatísticas de diferentes fontes ao redor do mundo e as apresenta de forma simplificada, em gráficos e tabelas. No caso destes dados sobre mortalidade infantil, a fonte é o CIA World Factbook.

Os dados são referentes ao número de mortes de bebês com menos de um ano em um determinado ano por 1.000 nascidos vivos no mesmo ano. Essa taxa é frequentemente usada como um indicador do nível de saúde em um país.

Em 2017, o Brasil tinha quase 18 mortes (17,5) por 1.000 nascidos vivos. Na Síria, mesmo com a guerra, foram 15* mortes de crianças menores de um ano para cada 1.000 nascidas vivas.

Cuba tem a taxa de mortalidade 4 vezes menor que o Brasil: são 4 mortes para cada 1.000 nascidos vivos. Outros países latino-americanos também apresentam taxas menores que as nossas. No Uruguai e na Costa Rica, são 8 mortes para cada 1.000 nascidos vivos. Na Argentina, são 10 mortes por 1.000 nascidos vivos.

Segundo um estudo divulgado na revista científica Plos Medicine, cortes orçamentários em saúde básica e assistência social podem levar a até 20 mil mortes e 124 mil hospitalizações de crianças com menos de 5 anos até 2030, no Brasil. Mortes que poderiam ser evitadas com investimentos no programa Estratégia Saúde da Família e no Bolsa Família.

*Para efeitos de simplificação, o Index Mundi arredonda os números. Por isso pode haver pequenas diferenças entre os números presentes na tabela dele e no site da CIA. Optamos por usar os números arredondados.

Fonte: Maria Fernanda Garcia, Observatório da Sociedade Civil