Este texto foi originalmente publicado no site do Projeto Vozes Femininas.
A conquista do voto feminino no Brasil comemorou 89 anos no dia 24 de fevereiro, fruto de união e luta das sufragistas brasileiras. Este que expressa a voz e a participação efetiva da mulher nas decisões perante a sociedade e faz crescer o importante sentimento de cidadania e participação popular.
Definitivamente o voto feminino é um passo no caminho para a sociedade igualitária e democrática que buscamos construir a partir da nossa Constituição Federal.
Entrando no mês de março celebramos a luta feminista, período em que reconhecimento histórico dessa resistência se faz presente.
No entanto, o sentimento verdadeiro em cada mulher ainda é urgente no combate às injustiças e especialmente, aos retrocessos dessa agenda ultraconservadora que vem sendo imposta por meio de políticas de austeridade.
Mulheres ainda são subjugadas, sub-representadas, ignoradas e violentadas. As pautas por igualdade, por direito à saúde, a creches, e a independência são deixadas de lado.
Além disso, é indispensável lembrar que no movimento feminista, mulheres com deficiência e suas reivindicações nem são lembradas, não são incluídas nas cartilhas e muito raramente, esse material vem de forma acessível a elas.
Projeções apontam que 40% a 68% das mulheres com deficiência irão sofrer violência sexual antes dos 18 anos de idade. E somando a essa infeliz estatística, é preciso evidenciar que a cada quatro mulheres, uma tem deficiência.
Um quarto das mulheres brasileiras que são marginalizadas e isso sem fazer recortes étnicos e socioeconômicos.
A deficiência por si só é um marcador de desigualdade em muitos sentidos, mulheres com deficiência ainda estão em sua maioria, sem acesso à educação e consequentemente, fora do mercado de trabalho.
Além do direito à educação e ao trabalho, mulheres com deficiência são privadas de uma instrução sexual emancipatória, muitas são compulsoriamente esterilizadas, ou passam por abortos indesejados em razão da discriminação de profissionais que não consideram a sexualidade de um corpo fora do padrão.
Por isso, são necessárias políticas afirmativas que tragam a inserção da mulher com deficiência no Congresso, no Senado e nas instâncias de controle social de forma que estejam verdadeiramente representadas.
É indispensável que os caminhos feministas sejam pautados na inclusão e acessibilidade de maneira que enfrente as barreiras estruturais e atitudinais. Para que a mulher com deficiência poça ter sua cidadania exercida dignamente como é de direito.
Leia também:
Manifesto Coletivo Feminista Helen Keller
Manifesto Projeto Vozes Femininas
Coluna Leandra Migotto Certeza no portal Azmina
Encontro Aberto – Vozes Femininas dia 10 de março às 15 horas na página do Facebook do projeto!