No Portal da Universidade de São Paulo (USP), o Dr. Marco Andrey Cipriani, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), explica o porquê do atual retrocesso no atendimento a hanseníase.
Ele e outras autoridades médicas especializadas no tema vêm denunciando a queda das notificações e ainda, a falta de abastecimento do remédio usado no tratamento para a hanseníase em diversos estados brasileiros.
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Em 2019 foram 28 mil casos notificados, já em 2020 o número caiu para apenas 14 mil. Isso significa que o desafio persistente do diagnóstico da doença se agravou com o mau controle da pandemia da covid-19 em um sistema de saúde sucateado.
Cipriani Frade também menciona o desafio secular que a doença apresenta pela falta de preparo técnico para o diagnóstico da doença, devido principalmente a falta de interesse provocada pela ideia errônea de se tratar de um mal que atinge apenas a população empobrecida.
“Muitos alunos se formam sem sequer ver um caso de hanseníase” – Afirmou na entrevista para o Jornal da USP.
Fazendo menção a gestores que deixam de notificar os novos casos por equivocadamente acreditarem que isso trará desprestigio a sua gestão, o que para os relatores da hanseníase é o oposto: o aumento nos diagnósticos significa aumento do trabalho e com isso, maior número de pacientes sendo tratados do mal de Hansen.
“A hanseníase, enfatiza, é uma doença que acomete o sistema nervoso periférico e os nervos necessitam de um processo biológico de regeneração muito específico, que é prejudicado quando o diagnóstico é feito tardiamente.” – Trecho extraído do Jornal da USP.
O paciente pode ser curado sem comprometimento físico se tratado a tempo de impedir que o bacilo alcance nervos significativos, por isso, o diagnóstico é o primeiro e essencial recurso no processo do cuidado a doença.
A BRASA tem por parcerias, projetos em estados brasileiros que atuem em diversos níveis no combate à hanseníase. Não só no treinamento de profissionais da saúde para fazer o diagnóstico, mas também pelo processo de tratamento e pelo apoio e cuidado àqueles que sofrem do preconceito por incapacidades em decorrência da doença.
Conheça mais sobre os projetos da BRASA.
Entre os projetos em atuação, o Hanseníase em rede de Interfaces: saúde, educação e sociedade promove uma cultura de reconhecimento da hanseníase como doença livre de preconceitos, passível de conversas em rede e ação social, e contribuir para reduzir, no longo prazo, a incidência de casos novos, quebrar a cadeia de transmissão e estabelecer práticas colaborativas em Mossoró/RN.