Dia Mundial da Hanseníase – 27 Janeiro 2019

As crianças estão entre os mais vulneráveis à hanseníase e enfrentam alterações profundas nas suas vidas devido às incapacidades físicas e ao estigma associados com esta doença negligenciada, afirma Alice Cruz da ONU.

A hanseníase pode ser facilmente curada se detectada e tratada precocemente. De outro modo, pode causar danos irreversíveis nos nervos, membros e olhos.

Foram reportados 210.671 novos casos de hanseníase à Organização Mundial de Saúde em 2017, maioritariamente da Índia, Brasil (mais de 25.000 casos), Indonésia, Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Madagascar, Moçambique, Myanmar, Nepal, Nigéria e Filipinas.

“As crianças afectadas pela hanseníase permanecem invisíveis e muitos casos avançam sem serem detectados. Os dados disponíveis sobre as incapcidades causadas pela hanseníase em crianças são vergonhosamente elevados e indicam um falhanço dos sistemas de saúde em controlar a hanseníase e proteger as crianças desta doença”, afirmou Alice Cruz, uma perita de direitos humanos da ONU especializada na doença numa declaração para assinalar o Dia Mundial da Hanseníase a 27 de Janeiro.

Alice Cruz declarou que leis arcaicas discriminam as pessoas afectadas pela hanseníase em muitos países, tratando-as como párias. A Relatora Especial recebeu com agrado a recente decisão do Supremo Tribunal da Índia para a promoção da inclusão social das pessoas afectadas pela hanseníase, encorajando mais revisões legais para eliminar a discriminação e reiterando a sua disposição para visitar os, e dar assistência aos, Estados.

“Existem mais de 50 países no mundo que mantêm em vigor leis discriminatórias contra as pessoas afectadas”, disse. “Também existem vários relatos de discriminação institucionalizada contra crianças afectadas pela hanseníase na administração do Estado, especialmente em serviços de educação. Muitas crianças são forçadas a deixar a escola e enfrentam a rejeição dos seus pares e das suas comunidades.”

“É vergonhoso e inaceitável que estejamos a falhar com nossas crianças. Os Estados têm a obrigação de proteger as crianças da hanseníase e da violência estrutural e concomitante impacto negativo da mesma em todo o curso das suas vidas.”

Fonte: Nações Unidas no Brasil