O RERSUS é exemplo de modelo formativo em Cuidados intermediários a partir da troca de conhecimentos da Atenção Básica do Sistema único de Saúde com o sistema sanitário da Emília Romagna, na Itália.
A metodologia do projeto foi publicada no Catálogo anual de Tecnologias Sociais da Universidade Federal Fluminense (UFF) na parte de Inovação e Saúde. Um documento que reúne 81 iniciativas apoiadas pela instituição, e que possuem o compromisso com o desenvolvimento social.
Clique para acessar a publicação completa.
Abaixo você confere a matéria sobre o Projeto RERSUS – Curso de aperfeiçoamento em Gestão da Saúde: Cuidados Intermediários e Atenção Básica
A experiência RERSUS inova ao propor, de modo pioneiro, formações de trabalhadores e gestores dos serviços de saúde, estudantes e pós-graduandos, direcionadas para inclusão de cuidados intermediários nos sistemas de saúde brasileiros, buscando resolver uma lacuna nas redes de serviços, que é o espaço entre a Atenção Básica e Hospitalar. No Brasil, atualmente, não há equipamentos que atendam um paciente que já não tem possibilidades de cuidados na atenção básica e não seria caso tão grave para o ambiente hospitalar. Logo, como não há o serviço intermediário, o paciente é admitido para internação, que muitas vezes é desnecessária ou inadequada. Portanto, a adoção de cuidados intermediários também é uma forma de reduzir custos com serviços, já que os pacientes seriam atendidos pelos cuidados intermediários, em programas com uso prioritário de tecnologias leves, evitando internações constantes.
Neste sentido, o RERSUS se propõe a auxiliar no fomento e ampliação aos cuidados intermediários no sistema de saúde público do país, entendendo estes cuidados como aqueles destinados a usuários em situação crônica, e em processo de agudização, ou com baixa autonomia, necessitando de cuidados de reabilitação ou recuperação, para os quais os recursos disponibilizados em domicílio ou na atenção básica são insuficientes. A experiência é uma importante tecnologia social de gestão do cuidado em redes de saúde. Realizou atividades no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, especificamente na rede do SUS-Niterói e Nova Friburgo, e em cooperação com a Região Emilia-Romagna (RER), na Itália.
Com duração de 12 meses, as atividades do RERSUS são divididas em duas fases. A primeira, já executada foi realizada em Niterói, Nova Friburgo e na Região Emilia-Romagna, na Itália. Tratou-se de um projeto de extensão através do qual foi desenvolvida uma formação para trabalhadores da rede de serviços de saúde das três localidades envolvidas. O curso foi direcionado para profissionais da saúde, com ênfase naqueles vinculados a Hospitais Comunitários, e gestores municipais do SUS, com o intuito de prepará-los para a implantação de Unidades Municipais de Cuidados Intermediários, a qual consiste a segunda fase do projeto ainda em andamento.
Paralela às atividades com profissionais de saúde, foi desenvolvida uma “pesquisa emancipatória”, que se trata de um estudo executado por lideranças comunitárias de saúde em Niterói, sob coordenação de docentes e estudantes da UFF. Usando a pedagogia de Paulo Freire, foi introduzido o tema dos cuidados intermediários entre agentes comunitários de saúde e entidades populares.
As atividades do RERSUS são desenvolvidas de forma compartilhada com os trabalhadores e gestores participantes do curso, por meio de uma pedagogia ativa que aposta no protagonismo dos participantes, situando-os nos cenários de práticas, por meio de estudos de casos e problemas do cotidiano. Além de fomentar ativamente os cuidados intermediários na saúde pública das localidades envolvidas, a experiência se destaca por colocar a questão na agenda do SUS nacional, formando um grupo específico sobre o tema e abrindo possibilidades para que a proposta seja reaplicada em outros espaços no país.
Este é um trabalho fruto da parceria com a BRASA, A UFF, A Secretaria de Saúde de Niterói, Secretaria de Saúde de Nova Friburgo e a Agência Sanitária e Social da Região Emilia- Romagna (Itália).
Clique para saber mais sobre essa troca de ferramentas em Cuidados Intermediários da saúde.