Referência do Alto Comissariado das Nações Unidas, Victoria Lee, falou sobre as atualizações necessárias, não só no modo de enxergar a pessoa com deficiência, mas também a forma de dialogar e reivindicar os direitos da pessoa com deficiência.
Durante o evento intitulado “Ser pessoa” em Milão, Itália, a comissária de Direitos Humanos explica que, hoje em dia, a luta das Nações Unidas pelo direito da Pessoa com deficiência vem passando por processos de mudança. A nova busca é de trazer meios para incluir esse cidadão, garantindo à ele o espaço para demandar sua liberdade como qualquer outro membro da sociedade, seja pela visibilidade nas discussões ou pelo voto direto. Diferente do viés ultrapassado e assistencialista que por muitos anos foi difundida.
As camadas desse pensamento de caridade assistencial são muitas. Lee ressalta que, muitas vezes, devemos mudar esse paradigma, da própria pessoa com deficiência, depois da família e cuidadores, e de todos que estão diretamente e indiretamente relacionados ao contexto desse ser humano. Para que esses, não pensem que estão ajudando ao proteger a pessoa com deficiência dentro de casa, isolando e privando de uma vida normal.
“[….] Abraçando as diversidades humanas, devemos buscar o direito à acessibilidade pelo design universal, pela geração de renda, sempre a partir da erradicação do preconceito”.
O assunto também se aprofunda nos diferentes níveis da discriminação, por exemplo, idosos e mulheres com deficiência. Possuem outras necessidades particulares e muitas vezes sofrem apagamento na luta por esses benefícios, como o direito sexual e reprodutivo da mulher com deficiência, que não é ouvido ou deixado como decisão da própria mulher. Até a violência doméstica se apresenta como um problema mais grave em um contexto em que a mulher não consegue realizar a denúncia e se consegue, não dão credibilidade a essa denuncia por ser uma mulher com deficiência.