A Matemática é a ciência dos padrões, das relações e de atividades criativas. Mescle essa visão ao estudo sociocultural, refletido na língua, na religião e nas maneiras de se agir e interpretar o mundo. O resultado é o Jogo de Ayó/Ori, apresentado aos alunos das escolas goianas dos municipais de Itumbiara e Buriti Alegre, no Câmpus de Itumbiara, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), entre os dias 23 e 29 de setembro.
O aparente passatempo é na realidade um instigante instrumento pedagógico, que oportunizou ao Espaço Cultural Vila Esperança, com sede no município de Goiás, no Vale do Rio Vermelho, discutir inúmeras realidades antropológicas e lógicas durante a Oficina de Etnomatemática, na Semana da Educação, Ciência e Tecnologia (Secitec), organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que é produzido em escolas de todo o Brasil.
O workshop foi ministrado por duas professoras convidadas, Adriana Rebouças e Emicléia Alves Pinheiro (UEG). Ambas educadoras na Escola Pluricultural Odé Kayodê (EPOK), da Vila Esperança. A brincadeira foi escolhida por permitir ao participante desenvolver habilidades e competência, como raciocínio, interpretação e estimativa. Além de auxiliar na assimilação de conceitos de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Durante a oficina o público aprendeu sobre o jogo de Ayó/Ori, que é jogado com 48 sementes, que representam o significado da semeadura e colheita, e um tabuleiro confeccionado em madeira ou caixa de ovo. A Etnomatemática, de acordo com as professoras, permite uma reflexão sobre conceitos e ideias matemáticas presentes nessa prática cultural e educativa. Assim como possibilitar uma discussão sobre temas culturais, como o racismo, as etnias, a história e a geografia, promovendo um rico diálogo entre os integrantes.
Projeto Esperança – A Associação Espaço Cultural Vila Esperança, associação sem fins lucrativos, nascida em 19 de julho de 1994, desenvolve um trabalho educativo, cultural e artístico, direcionado principalmente a crianças, adolescentes, jovens e adultos da comunidade, na valorização das origens (africanas e indígenas) do povo brasileiro. A sede do espaço está localizada na periferia da cidade de Goiás, antiga Vila Boa e capital do estado até 1933.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que é um órgão das Nações Unidas (ONU), descreve o Espaço Cultural Vila Esperança como um lugar mágico em que as 240 crianças e adolescentes atendidas pelo projeto, com idades que variam entre 6 meses a 18 anos, reconhecem como um sonho. Em meio a uma vegetação exuberante, encontram-se espaços como o Jardim das Formas, o Parque, O Caminho Inca, o Quilombo, o Memorial Indígena, a Brinquedoteca, a Praça Maria Fux. (A produção do texto se ancorou no material jornalístico redigido pelo Setor de Comunicação Social e Eventos do IFG – Câmpus Itumbiara, assim como em informações no site do Espaço Cultural Vila Esperança)