Durante o isolamento social a Odé Kayodê busca manter os vínculos, o afeto e a humanidade. Texto extraído do site do Espaço cultural Vila Esperança. 

No dia 17/03/2020 a Escola Pluricultural Odé Kayodê interrompeu suas atividades presenciais seguindo as orientações dos órgãos de saúde e de decretos estaduais e municipais. As medidas, tomadas em todo o Brasil, visam a contenção da disseminação do novo coronavírus no país. A partir daí a Vila Esperança continuou suas atividades, de maneira diferente, visando manter o fluxo de conhecimento e aprendizagem e principalmente a interação afetiva e humana tão necessária em todas as idades.

A equipe educativa preparou para este período de isolamento social atividades para as crianças realizarem em casa com acompanhamento dos responsáveis. A proposta consiste em exercícios dos blocos de atividades utilizados na escola desde o início do ano letivo, material que as crianças já têm familiaridade. Para as crianças menores, principalmente, foi considerada a importância do movimento, da brincadeira, da música e da arte em geral com a sugestão de vídeos que estimulam a coordenação motora com uma abordagem lúdica. Também foram enviadas atividades relacionadas a hábitos saudáveis, cuidados com o corpo humano, sempre partindo de um livro, vídeo ou uma música que acendesse a discussão.

“O que temos feito é propor atividades que nos faça refletir sobre esse momento, porém, buscando trazer alternativas que deem uma certa leveza para as crianças” explica o educador Fernando Serafim.

Em uma sala, Menino de aproximadamente 10 anos, faz um desenho Em um espaço externo, menina de aproximadamente 10 anos mostra seu desenho, o céu azul está atrás dela  

Para facilitar a comunicação foram criados grupos no WhatsApp com as famílias das crianças e educadores. Os adultos, por meio do celular, podem desta forma possibilitar uma interação que busca manter uma certa rotina e principalmente o vínculo. “Algo que muito nos chama a atenção neste período é sobre a importância de criar espaços (ainda que virtual) para o convívio entre as crianças” destaca o educador Elivan Andrade. Grande parte das crianças tem utilizado ativamente esse instrumento para se relacionar através de mensagens de texto, áudio e vídeo.

Menina, com aparência de ter 6 anos de idade faz exercícios de matemática em um livro didático Algumas crianças, no entanto, não têm aparecido no espaço virtual. Um dos fatores é a falta de acesso a internet que ainda é precário na cidade de Goiás. Outro fator é a dificuldade em lidar com essa forma de educação, algo que evidencia que o convívio diário, presencial e no ambiente escolar ainda é o melhor estímulo para o aprendizado curricular e o desenvolvimento social, afetivo e humano. A utilização das mídias é um recurso a mais, complementar e extremamente necessário neste período de quarentena.

Pensando nas mídias como recurso útil para este momento foi promovida na última sexta, 10/04, uma videoconferência com a turma Pica-Pau que contempla as crianças mais velhas da escola. O espaço estava aberto à adultos como ouvintes, no entanto o protagonismo era das crianças. Foi uma maneira de reunir, ainda que virtualmente, as crianças num mesmo tempo e espaço. (imagem na capa do texto)

garoto de aproximadamente 10 anos, sentado em cadeira de plástico está fazendo um desenho com uma caneta com um girassol na ponta

E assim a Vila Esperança segue… Viva, ativa, cheia de trabalho, estimulando os vínculos, o afeto, a aprendizagem e principalmente as relações humanas.