Desde 2005, no Brasil, 21 de Setembro também é o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. A data foi escolhida pela proximidade com a Primavera e o Dia da Árvore, cuja significância está associada à prosperidade e à igualdade. Sim, equidade, isonomia.

Afinal de contas, é o momento do ano em que a duração do dia é equivalente à noite, em toda a Terra. Nessa lógica, a oficialização do movimento no calendário nacional oportunizaria espaço ao debate e às analogias, como a de se compara a mobilização com o nascimento das reivindicações de cidadania e participação plena em igualdade de condições.

Uma caminhada que intenciona superar o preconceito e a discriminação, consideradas barreiras para as pessoas com deficiência e principais obstáculos à geração de oportunidades no mercado de trabalho e o acesso à educação formal. Independente das políticas afirmativas de reservas de vagas destinadas ao setor social.

Diversos ativistas pelos direitos humanos argumentam que enquanto o preconceito é um sentimento que exige menos esforços para ser eliminado por padecer, basicamente, da falta da informação, a discriminação é um traço de opressão. Apesar de que na opressão há preconceito. Entretanto, não é em todo preconceito que há opressão. A diferença é grande. A opressão é institucionalizada, funcionando de maneira sintomática e coletiva. Independente do contingente humano que integre o grupo.

De acordo com o Censo 2010, mais de 45 milhões de brasileiros possuem ao menos um perfil de deficiência, o que corresponderia a um quarto da população brasileira. A esse perfil populacional existiriam diversos casos de diferentes deficiências, essencialmente, organizados em deficiência: mental/intelectual, sensorial (auditiva, visual e linguagem), motora, condutas típicas, múltipla (mental + outra), física, necessidades especiais (superdotado e talentoso, distúrbio de aprendizagem, distúrbio de déficit comportamento, atenção e conduta, distrofia muscular progressiva, lábio leporino, albinismo, hidrocefalia).

Uma comunidade numericamente expressiva, mas com vitórias isoladas. Exemplo está na esfera educacional, onde o governo federal garante que estão sendo realizadas mudanças para garantir os direitos das pessoas com deficiência. Entre elas estão políticas que asseguram a permanência em sala de aula.  O MEC indica que só na educação básica, conforme o censo escolar de 2015, são mais de 930 mil alunos nessas condições.

Como forma de melhorar o ensino voltado a esses e outros estudantes com deficiência, o ministério assegura que trabalha em três eixos: participação da comunidade, formação continuada dos professores e acessibilidade, desde a questão arquitetônica das escolas, passando por mobiliário e tecnologias.