Domingo, 29 de janeiro, foi o 70º Dia Mundial de Luta contra hanseníase ou GML como é chamado na Itália, a data serve para dar atenção ao problema e lembrar que ainda é existente.

AIFO (Associação Italiana amigos de Raoul Follereaou) é a principal representante do movimento na Itália e principal agente da criação de ONGs nos países mais afetadas pela hanseníase no mundo, como a Brasil e Índia.

O número de diagnósticos tem aumentado anualmente em 10,2% desde 2021, em maior número para graus elevados da doença em que a pessoa já se encontra em alta incapacidade física. Além disso, mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são afetadas a cada ano por Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), incluindo a hanseníase, causadas pela pobreza e falta de acesso à saúde.

Ninguém à Margem

O Slogan escolhido pela AIFO como principal objetivo é explicado pelo Presidente da AIFO, Antonio Lissoni, “Nosso trabalho para não deixar ninguém para trás também envolve as comunidades a serem conscientes, inclusivas e acolhedoras. Ao capacitar as pessoas frágeis, ao conscientizar a comunidade e as instituições para terem uma abordagem inclusiva para os vulneráveis, em nossos projetos não falamos mais de “beneficiários” passivos, mas de sujeitos ativos prontos para construir seu próprio futuro e ser um recurso ativo e positivo para seu contexto”.

Voluntários da AIFO venderam produtos artesanais para levantar recursos em apoio a luta contra a hanseníase em seus projetos sociais como na Associação BRASA – Brasil saúde e ação.

Lissoni explica que o significado do GML não se limita a doença, mas ao significado da persistência de exclusões e da discriminação que resulta. “Muitas vezes penso nas origens da AIFO, na hanseníase, não em números, mas em sua capacidade de representar as condições daqueles cuja dignidade não é reconhecida, gostaria de dizer o “status” de uma pessoa por uma situação independente de si mesma.”

Outro grande e importante parceiro da BRASA, o Doutor Giovanni Gazzoli aproveita de sua experiência de trabalho na AIFO para compartilhar que a hanseníase é uma das 20 Doenças tropicais Negligenciadas porque é esquecida pelos sistemas nacionais de saúde em que as pessoas afetadas também representam populações em situações de vulnerabilidade social, pobreza e, portanto, também negligenciadas.

E esse é o meio legal de Raoul Follereau, a lembrança de que devemos incidir sobre as “outras doenças” como a injustiça social que provoca grande desigualdade.

A metodologia de trabalho da AIFO e consequentemente da BRASA reflete no desenvolvimento inclusivo dessas pessoas para superar tais problemas em união a sua comunidade de luta e ação social para, assim, discutir sobre seus problemas, necessidades e expectativas.

Vamos construirmos juntos um desenvolvimento que sabe acolher até os mais fracos, que garante o direito à saúde para todos, combinado com a consciência de que cada pessoa é um recurso ativo para a comunidade, são a garantia de um desenvolvimento que não é apenas concreto, mas sobretudo irreversível

Textos Extraídos de Redattore Sociale e Acistampa.