Sim, Vozes Femininas está prosseguindo com muitas ideias novas e com um percurso de empoderamento inovador para as mulheres da Vila Brasilândia.

Estamos dando continuidade à ação social desenvolvida no território da Vila Brasilândia (São Paulo/SP) desde 2019, com foco no empoderamento de grupos de mulheres com deficiência e mulheres que cuidam de familiares com deficiência (cuidadoras).

Lembramos que, após uma primeira fase de contato e envolvimento das mulheres, em 2020 foi realizado um curso de capacitação para elas, sobre os direitos das pessoas com deficiência, legislação, acessibilidade, trabalho e lazer, que permitiu identificar e capacitar ainda mais um grupo de 10 mulheres com deficiência e de cuidadoras, denominadas “Agentes de Inclusão e Mobilização Social (AIMS)”. Graças ao trabalho delas foi possível conhecer e envolver outras mulheres com deficiência e cuidadoras no território da Vila Brasilândia.

Após esta primeira fase de encontro e envolvimento das mulheres (pesquisa inicial), nasceu a evolução do projeto que apresentamos agora, em andamento desde 2023.

Concretizando as necessidades de aprendizado e de empoderamento das AIMS, atualmente visamos melhorar a qualidade e o acesso à informação sobre os direitos das pessoas com deficiência, em particular das mulheres, fortalecendo a relação entre elas e os serviços públicos e promovendo assim um maior diálogo com as instituições.

Por isso, o grupo de Vozes Femininas idealizou e está realizando uma pesquisa emancipatória-participativa que permita detectar o número de pessoas com deficiência na área da Vila Brasilândia, quais delas acessam serviços de saúde, educacionais e recreativos e mapeamento do número de serviços acessíveis às pessoas com deficiência.

A pesquisa está sendo gerenciada pelas mesmas AIMS, previamente treinadas e atuando como líderes/ativistas, em colaboração com mulheres com deficiência que foram identificadas durante a fase inicial da pesquisa. Portanto, as AIMS atuam como pesquisadoras sobre a própria realidade, aplicando os princípios e as práticas da modalidade de pesquisa participativa comumente chamada de pesquisa emancipatória.

Estão sendo realizadas entrevistas qualitativas (com o apoio de questionários semi-estruturados) com as pessoas chave dos serviços de saúde, educação, lazer e defesa de direitos humanos presentes na região.

Os resultados da pesquisa que serão divulgados no mês de maio de 2024, constituirão material para ampla divulgação e conscientização no território sobre os direitos das pessoas com deficiência, envolvendo mulheres com deficiência e cuidadoras em rodas de conversa e reuniões de informação/capacitação.

O projeto é atualmente apoiado con fundos do 8×1000 da União das Igrejas Valdenses e Metodistas (UIVM), e realizado pela Associação Italiana Amigos de Raoul Follereau (AIFO) junto com a BRASA.