A entrega do Selo, representado simbolicamente por um maracá, em homenagem a população indígena da cidade de São Paulo, foi realizada em uma cerimônia pública no Auditório Memorial da Inclusão da Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

Participaram do evento, Stefano Simoni, Coordenador Geral da BRASA e a Gabriela Ricci, responsável operacional do projeto Vozes Femininas.

O Selo Municipal de Direitos Humanos e da Diversidade de São Paulo reconhece iniciativas de empresas, órgãos públicos e organizações da sociedade civil (osc) que afirmam seu compromisso de incluir populações marginalizadas e a difundir os direitos humanos por práticas afirmativas.

Conheça mais sobre o Vozes Femininas

A BRASA é reconhecida pelo terceiro ano consecutivo com Vozes de Mulheres na categoria de Transversalidades, boas práticas que abordam diferentes tópicos e têm mais de um público alvo, seja através de uma abordagem intersetorial (por exemplo, ações voltadas para mulheres imigrantes) ou por uma metodologia mais ampla (por exemplo, um projeto que abrange diferentes públicos/questões).

Este reconhecimento mostra que as mulheres do grupo Brasilândia e Freguesia do Ó construíram seu próprio caminho de emancipação e autonomia, começando com ações em rede com atores do território, mas também de outras regiões da cidade de São Paulo e dos estados do Brasil.

Ainda em 2022, a Vozes Femininas desenvolveu parcerias com o SESC em São Paulo com sessões de treinamento e encontros presenciais, trazendo ferramentas para o empoderamento, aprendizado e multiplicação desta prática dos direitos das mulheres com deficiência e cuidadoras.

Mulheres com deficiência e cuidadoras de familiares com deficiência têm avançado cada vez mais em sua agenda de inclusão e de empoderamento na Brasilândia e Freguesia do Ó, da capital paulista.

O programa Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade de São Paulo nasceu da constatação de que a inclusão no mercado de trabalho é fundamental para a promoção da igualdade de direitos, permitindo que as pessoas vivam com dignidade e respeito e construam seu próprio senso de cidadania.
A partir disto, o Conselheiro Municipal de Direitos Humanos e Cidadania procurou se engajar neste debate, reconhecendo boas práticas de diversidade e inclusão em organizações públicas, privadas e do terceiro setor.

Em 2022, o Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade de São Paulo alcançou sua 5ª edição.

Aumento da violência e do Feminicídio no Brasil

O Governo Bolsonaro foi especialmente prejudicial às minorias, o índice de aumento da fome comprova essa afirmação, assim como o aumento da violência contra a população negra, indígena e a violência contra a mulher. Para ilustrar a situação, o Instituto Patrícia Galvão, organização da sociedade civil, em parceria com o Ipec e o Instituto BEJA, levantou novos dados sobre a violência doméstica no país.

Metade dos brasileiros conhece ao menos uma mulher que sofre violência doméstica; denunciar à polícia ou terminar a relação são os principais conselhos à vítima

Mais de 36% das 1200 pessoas entrevistadas por telefone responderam já ter sofrido algum tipo de violência doméstica, quase quatro entre dez mulheres já passaram ou por agressões físicas, violência sexual, de ordem psicológica ou patrimonial.

Esse cenário mostra que o problema histórico e estrutural de violência contra a mulher no Brasil, não será solucionado com armamento da população, visto que o seu agressor da mulher é, na maioria dos casos, seu parente, seu marido ou outra pessoa do convívio dela.

O relatório também mostra um país com percepções contraditórias acerca da violência, poucos os homens entrevistados que se reconhecem enquanto agressores, mesmo que o número de casos de violência cresça a cada ano.

Nosso trabalho enquanto ONG idealizadora e realizadora do Projeto Vozes Femininas, trabalho que resultou no coletivo independente e reconhecido no território da Brasilândia e Freguesia do Ó. Unindo mulheres com deficiência e cuidadoras de familiares com deficiência para falar de direitos, auxiliar no encaminhamento de serviços e principalmente, acolhimento e apoio a mulheres vitimas de violência.

Apesar da alta complexidade, esperamos de conseguir se manter e ainda, ampliar essa rede de apoio feminista, com o objetivo de evitar que mais brasileiras sofram abusos.

Ao fim de um dos encontros presenciais do Vozes Femininas de 2022, participantes posam com alegria