*Este relato sobre a vida de Claudionor Araújo foi publicado originalmente na revista da AIFO em 2017

Filho de José Marcelino de Araújo e Maria Albanisa da Silva Araújo veio de uma família humilde de quatorze irmãos, trabalhou na lavoura com os pais até os vinte anos de idade. No dia 01 de agosto de 1987 foi vítima de um acidente causado por uma armadilha posta por caçadores próximo ao sítio de seu pai que ficava no Ramal das Panelas, Município de Alenquer no Pará.

Sem perceber pisou na linha que estava presa a uma espingarda que disparou atingindo sua perna, devido à falta de recursos financeiros e de transporte sua situação se agravou muito, ocasionando a amputação de sua perna direita na altura da coxa.

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A partir daí sua vida mudou radicalmente, após um ano teve a oportunidade de viajar pra Belém para pôr uma prótese, na ocasião conheceu a APPD (Associação Paraense da Pessoa Deficiente), e através dessa entidade teve a felicidade de conhecer os esportes para pessoas com deficiência onde começou a praticar o futsal para amputados que foi o primeiro incentivo para que pudesse recuperar a autoestima.

Durante oito anos viajando o Brasil inteiro adquiriu valiosas experiências de vida e sentiu o desejo de trazer isso para sua terra natal.

Claudionor é um homem alto, de pele branca e cabelos castanhos, ele não tem um dos membros inferiores e na foto está em frente a uma mesa, falando ao microfone

Em seu retorno a Santarém conheceu a ADEFIS (Associação dos Deficientes Físicos de Santarém), procurou a direção da mesma e falou sobre a importância de trazer um projeto assim para os deficientes da região, na ocasião não teve tanto apoio, mas não desistiu e começou a buscar parcerias divulgando a importância do esporte na vida das pessoas com deficiência, em seguida recebeu o convite para encabeçar uma chapa pra concorrer à nova diretoria da ADEFIS, que foi eleita.

A partir daí já como presidente da entidade começou a desenvolver um trabalho com muita vontade e seriedade através de projetos, palestras, visitas domiciliares, fornecendo informações, compartilhando experiências.

Hoje, Claudionor se sente um homem feliz e realizado, constituiu uma família, tem três filhos e minha esposa que é a sua companheira e está sempre ao seu lado lhe apoiando e incentivando. Continua realizando seu trabalho à frente da ADEFIS como presidente sempre buscando contribuição para o bem-estar das pessoas com deficiência. E segue acreditando que a boa vontade, o olho no olho, a capacidade de saber ouvir, a sensibilidade de se colocar no lugar do outro e buscar a melhor forma de ajudar, isso sim faz a diferença na vida de quem é ou se tornou deficiente, e foi esse acolhimento e sensibilidade que ele encontrou junto a ADEFIS.

O Conselho de Assistência social do Pará

Em 2019, Claudionor passou a presidir também o CEAS (Conselho de Assistência social) onde ele pôde ampliar o trabalho pela inclusão da pessoa com deficiência no Estado. Ele representa o movimento social com bom humor e com árduo esforço, inspirando e elevando autoestima dos companheiros de trabalho.

“Trabalho com 1.383 pessoas filiadas a nossa entidade (ADEFIS), sou presidente do CEAS, e para mim é uma satisfação muito grande por esse mandato, a frente da BRASA. Com essa equipe que sempre deu muito apoio aos nossos projetos, com olhar atencioso voltado ao desenvolvimento social dos menos favorecidos”.

Em nota, Claudionor Araújo declarou que quer dar continuidade ao trabalho para incluir cada vez mais pessoas com deficiência no mercado de trabalho como tem feito na ADEFIS e no CEAS, “Temos um ótimo resultado aqui na região, quase todos os dias, nos pedem por indicação de novos colaboradores para trabalhar pelo método do emprego apoiado”.

Para conhecer mais os projetos da BRASA, acesse www.brasa.org.br/projetos