Estamos acompanhando as transformações que a pandemia tem causado na vida das pessoas. Em um contexto social, percebemos a fragilidade dos direitos em países cuja economia é fortemente baseada no trabalho informal.

Com a COVID-19, muitos viram suas rendas caírem e os serviços do estado recuarem em uma realidade em que esses auxílios são necessários. Somando a isso, ultrapassamos a marca dos 100.000 óbitos no Brasil.

Mas não é só no Brasil que a crise da pandemia do coronavírus intensificou desigualdades sociais: na América Latina e Caribe, a COVID-19 está aumentando a extrema pobreza de maneira devastadora, enquanto alguns lucram a ponto de se tornarem bilionários.

Não obstante, na esfera global, o relatório dos Objetivos de desenvolvimento sustentáveis (ODS) para a Agenda de 2030 também revelou que a crise do coronavírus trouxe retrocessos e se estimam agravamentos de problemas sociais que muitos desses grupos não enfrentavam há anos.

Baixe o relatório da ONU para os ODS de 2020.

O Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é um estudo feito pelo Departamento  de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA, em Inglês). Demonstra as ações concretas e o progresso no percurso para conquistar os 17 Objetivos de Desenvolvimento sustentável para a Agenda 2030. 

E mesmo que as ações apoiadas pela ONU continuem causando impactos positivos, o relatório demonstrou não só ser insuficiente para resolver os desafios de escala global, mas também que a pandemia do novo coronavírus já dificultou muito o trabalho dos movimentos sociais em 2020.

O Secretário-Geral da ONU, Antônio Guterres reconhece que mesmo no relatório  feito em 2019, precebia-se dificuldade no percurso para atingir os ODS, mas alarmou para o que a pandemia está retrocedendo nos campos sociais devido à COVID-19

“Uma crise econômica, social e de saúde sem precedentes, ameaça vidas e meios de subsistência, fazendo com que o alcance dos Objetivos seja ainda mais desafiador”. –  Secretário-Geral da ONU, Antônio Guterres

 

Algumas estimativas 

O relatório calcula que 71 bilhões de pessoas retornem à extrema pobreza, devido à perda da renda causada pela incerteza da economia informal. E da proteção social limitada e do aumento de preços. Devido à pandemia, o subemprego e o desemprego vai atingir 1,6 bilhões de pessoas no mundo inteiro.

Além disso, a interrupção de ações de vacinação e de serviços de saúde durante a crise da COVID-19 pode resultar na morte de mais de centenas de milhares de crianças com menos de cinco anos. No relatório, cerca de 70 países assinalaram interromper drasticamente ou moderadamente seus serviços de vacinação infantil em maio e em abril deste ano.

Em muitos países, o isolamento social aumentou o registro de denúncias de violência doméstica contra mulheres e crianças. O Brasil é um dos países em que isto aconteceu. 90% dos estudantes em todo o mundo, estima-se 1,57 bilhões de crianças estão sem estudar com o fechamento das escolas e sem escola, mais 370 milhões ficaram sem merenda escolar.